É com elevado sentido de responsabilidade e missão que assumo a presidência da Associação BRP. Estou, juntamente com a restante Direção, empenhado em ampliar a influência e o impacto das nossas propostas e iniciativas na sociedade e no país, de formar a concretizar a ambição de crescimento que reclamamos para Portugal.
Lisboa, 10 de novembro de 2025 – A Associação Business Roundtable Portugal (BRP) e a Informa D&B identificaram 403 empresas de capital nacional com elevado potencial de crescimento, que, em conjunto, geram 22 mil milhões de euros de volume de negócios, 106 mil empregos e 4,3 mil milhões de euros em exportações. Estas “Empresas Adolescentes e Jovens Adultas (AJA)” distinguem-se pela capacidade de inovar, competir e criar valor em todo o país.
As Empresas AJA são privadas, portuguesas e com faturação entre 30 e 150 milhões de euros. Representam um segmento ainda pequeno, mas crucial: empresas que já provaram consistência e estão preparadas para o salto seguinte de crescimento.
Entre 2020 e 2024, o seu volume de negócios aumentou 12%, acima da média nacional (11%). O crescimento acumulado destes cinco anos corresponde a cerca de 10% do crescimento nominal do PIB português. Com uma idade média de 36 anos, estas empresas têm uma história consolidada e um saber acumulado que lhes permite atuar como as grandes: exportam mais (51% são exportadoras), têm maior resiliência financeira e são mais produtivas.
“Estas empresas são um exemplo do que Portugal faz bem - crescer com base em valor, inovação e exportação. Devemos celebrar este sucesso e continuar a apoiar o seu próximo salto”, afirma Carlos Moreira da Silva, presidente do BRP.
A diversidade setorial é outro dos pontos fortes: Grossista (27%), Indústria (26%) e Retalho (17%) concentram a maioria das empresas, sobretudo nos setores alimentar e da construção. Estes dados mostram que as empresas médias portuguesas já se comportam como grandes — exportam, investem e inovam.
Dentro destes, sobressaem os grossistas alimentares (13%), as indústrias alimentares (10%) e a construção de edifícios (6%), evidenciando a vitalidade de áreas essenciais para o crescimento económico.
As AJA estão presentes em todos os distritos de Portugal, incluindo o interior, os Açores e a Madeira, uma prova clara de que o talento e o dinamismo empresarial não estão concentrados apenas em Lisboa e Porto. Lisboa (92), Porto (74), Braga (52) e Aveiro (40) lideram em número de empresas.
Segundo o indicador de Resiliência Financeira da Informa D&B, 82% das AJA têm um nível elevado ou médio-alto de solidez financeira, bem acima das restantes grandes empresas (69%). Têm ainda maior rentabilidade dos capitais próprios (15,9%) e uma taxa de inovação muito superior à média (12% face a 0,4%).
Cerca de 12% destas empresas são classificadas como inovadoras, um valor muito elevado face a 0,4% do conjunto de todo o tecido empresarial, segundo critérios como a natureza da atividade, o tipo de financiamento e o reconhecimento pela Agência Nacional de Inovação.
Segundo Teresa Cardoso de Menezes, diretora geral da Informa D&B, ‘num contexto em que é essencial impulsionar o crescimento das empresas, é importante que identifiquemos periodicamente o perfil daquelas que são mais produtivas, competitivas, inovadoras e com capacidade de atrair investimentos, caraterísticas que lhes dão melhores condições para continuar a crescer, a ganhar escala e, com isso, fazer crescer a economia do país.’
O estudo resulta da parceria entre a Associação Business Roundtable Portugal e a Informa D&B, e tem como objetivo de reconhecer e apoiar as empresas portuguesas que já provaram ser capazes de crescer, inovar e competir globalmente.
Ficha Técnica
• Tecido Equivalente: Total das empresas ativas com volume de negócios entre os 30-150M€
• Margem EBITDA: EBITDA (Resultado antes de carga financeira, impostos, amortizações e depreciações) em % do volume de negócios
• Rentabilidade dos Capitais Próprios: Resultado líquido/Capitais Próprios
• Autonomia Financeira: Capitais Próprios/Ativos Totais
• Solvabilidade: Capitais Próprios/Total do Passivo
• Empresas Familiares: Empresas cujo capital seja detido maioritariamente por pessoa(s) individual(is) que detém o capital social da empresa, ou está na posse dos seus cônjuges, pais, filhos ou herdeiros diretos dos filhos e pelo menos um representante da família estiver envolvido no governo da empresa.
• Empresas Exportadoras: Empresas cujas vendas de bens e serviços no mercado externo representam pelo menos 5% do seu volume de negócios ou mais de 1 milhão de euros no ano.
• Empresas Inovadoras: Empresas que pela sua natureza de atividade –gastos ou pessoas afetas a I&D; patentes registadas; tenha recebido fundos no âmbito do reforço da investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação; a sua atividade principal enquadra-se no conjunto de CAE Rev.3 definido como setor de alta e média-alta tecnologia ajustado) ou pelo financiamento ou reconhecimento (Reconhecida pela ANI na prática de atividades de investigação e desenvolvimento ou certificação ou como empresa do setor da tecnologia; tenha pelo menos um sócio Sociedade de Capital de Risco ou Fundo de Capital de Risco ou tenha entidades veículo de Business Angels na sua estrutura acionista; recebeu investimento do Banco Português de Fomento) são consideradas inovadoras