É com elevado sentido de responsabilidade e missão que assumo a presidência da Associação BRP. Estou, juntamente com a restante Direção, empenhado em ampliar a influência e o impacto das nossas propostas e iniciativas na sociedade e no país, de formar a concretizar a ambição de crescimento que reclamamos para Portugal.
No segundo episódio do podcast Pensar em Grande, parceria entre o ECO e o BRP – Associação Business Roundtable Portugal, o convidado é Nuno Terras Marques, CEO do Grupo Visabeira, que traça o retrato de um grupo “bastante diversificado” em negócios e geografia. Neste grupo de raiz portuguesa com expressão internacional, a icónica Vista Alegre continua a ser uma montra do que melhor se faz em Portugal, mas longe de ser o único motor de crescimento.
A marca centenária, sublinha, é “um excelente exemplo daquilo que é feito em Portugal”, através da combinação de “tradição, arte, design e tecnologia” para competir nos mercados internacionais. Em paralelo, no universo mais B2B, destaca-se a Construtel, área de engenharia de redes, telecomunicações e energia, hoje com forte presença na Europa e nos Estados Unidos, e que se tornou “um dos maiores prestadores de serviço” nesses mercados.
Essa diversidade é, para Nuno Terras Marques, mais do que um traço identitário e espelha o que considera ser uma estratégia de resiliência. Operar em setores tão distintos e geografias diferentes permite diluir riscos e manter uma visão de longo prazo, algo que considera essencial num contexto global marcado por incerteza e rápidas mudanças tecnológicas. “Temos de medir os riscos”, aponta.
Com a internacionalização no centro do ADN do grupo, e da sua própria liderança, assumida em 2017, o CEO da Visabeira faz uma leitura crítica sobre o país. Portugal, diz, é bom a identificar problemas, mas hesita na execução. “Falta ambição nos atos. Em fazer”, sublinha. Há excesso de debate e escassez de decisões pragmáticas que enderecem os grandes desafios nacionais.
Essa dificuldade está muitas vezes associada a um olhar desconfiado sobre as empresas de maior dimensão, o que, para Nuno Terras Marques, é um erro estratégico. A escala não é um fim em si mesma, mas um meio crucial para investir, inovar, atrair talento e criar valor económico sustentável. “Tem que deixar de existir o estigma das grandes empresas”, defende, lembrando que são estas organizações que conseguem competir globalmente e puxar o ecossistema à sua volta.
Pensar em grande, conclui, implica mudar mentalidades e assumir que o crescimento exige risco, disciplina e visão. É olhar para os mercados “não como barreiras, mas como potencial” e transformar ambição em ação concreta, uma mensagem que atravessa toda a conversa e convida a ver o episódio na íntegra.
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Notícia original em: https://eco.sapo.pt/2025/12/17/nuno-terras-marques-tem-que-deixar-de-existir-o-estigma-das-grandes-empresas/